"Refere-se à identidade adotada por uma pessoa de acordo
com seus genitais, psicologia ou seu papel na sociedade.
Para a maioria das pessoas, homem ou mulher."
É uma definição bem simples e direta. Não acho que, necessariamente, seja adotada de maneira consciente por que algumas pessoas identificam o seu gênero quando ainda são pequenas crianças e não possuem os vícios e paradigmas de pessoas adultas. Na descrição eu deixei o "ou" em negrito para lembrar que os parâmetros podem ser diferentes em cada caso.
Um exemplo: uma pessoa pode ter nascido com o órgão genital feminino, não ter feito nenhum tipo de cirurgia nem tratamento hormonal e se identifica como homem.
"Então ela é uma sapatão?"
Não. "Sapatão" é um termo pejorativo para se referir à mulher homossexual, no caso em questão eu só comentei que ele se identifica com o gênero masculino, mas pode ter qualquer tipo de orientação sexual.
"Então ele é um transexual?"
Não. No exemplo, eu citei que a pessoa não realizou nenhum tipo de cirurgia nem tratamento hormonal e para ser rotulado como transexual a pessoa deve optar por realizar transição para o gênero oposto através de intervenção médica.
"Transgênero...?"
Sim, é um termo correto para esse caso.
No entanto, pra que ficar tentando rotular o próximo?
Gosto de ver as pessoas como elas são sem querer pensar em rótulos antes de conhece-la, alias, ter opinião ou sentimento concebido sem exame crítico é a definição de preconceito.
E o que isso tem haver com o universo Crossdresser?
Esse caso é mais complicado.
Existem pessoas que tem uma conexão tão séria com o seu eu crossdresser que consegue transitar para o outro gênero enquanto esta transformado. Outros percebem, ao praticar o crossdressing, que se identificam mais com o outro gênero e decidem adotá-lo na maior parte do tempo ou em tempo integral. Também existem alguns que usam o crossdressing como algo visual/fetichista para realizar os seus desejos íntimos, mas não necessariamente se identificam com o outro gênero durante a pratica.
Esses foram somente alguns exemplos e existem outras situações, então é complicado mesmo fazer uma ligação direta com o crossdressing.
Assunto na mídia
No ultimo dia 9 de novembro as 20h30 estreou o programa "A Vida de Jazz" no canal Discovery Home & Health. Trata-se de uma série de onze episódios que acompanha a rotina da família Jennings e documenta as lutas e alegrias vividas pela adolescente de 14 anos Jazz Jennings ao lado dos pais – Jeanette e Greg – e dos irmãos – Ari, Sander e Griffen – enquanto ela se prepara para entrar no ensino médio.
Jazz foi diagnosticada com disforia de gênero aos 5 anos de idade e, durante a série, a mãe conta que com menos de 3 anos ela já questionava o próprio gênero. Por conta disso, a jovem sempre foi mal vista e sofreu diversos tipos de preconceito, principalmente no colégio.
“No colégio, meus colegas se cumprimentavam com abraços e eu só recebia um ‘oi’.
Eu até já fui chamada de ‘aquilo’.”, Jazz Jennings
Gostei muito do episódio que assisti. Ele mostrou que a Jazz tem um comportamento igual ao de qualquer menina na sua idade, só que também precisa tratar de diversas decisões relacionadas com o seu organismo (hormônios e possíveis cirurgias) e ainda tem que conviver com os insultos e preconceitos.
Se você tiver mais curiosidade sobre a história, pode começar olhando o seu canal no youtube, segue o link:
https://www.youtube.com/user/jazzmergirl