As baixas taxas de câncer de mama e de próstata encontradas nas populações asiáticas somadas à facilidade com que as mulheres asiáticas convivem com a menopausa se tornaram objeto de pesquisa de diversos estudos. Muitos concluíram que os hábitos alimentares dos orientais é o grande diferencial e os alimentos fitoestrógenos aparecem diariamente na dieta deles.
O nome da substância vem de phyto, do grego e significa planta, e estrogênio, o hormônio que dá fertilidade aos mamíferos fêmeas. Os fitoestrógenos são substâncias vegetais que, devido a semelhança estrutural com a molécula do hormônio estradiol (17-β-estradiol), tem a capacidade de causar efeitos estrogênicos e/ou anti-estrogênicos no ser humano. Eles não podem ser considerados nutrientes uma vez que a falta desses na nossa dieta não produz qualquer síndrome de deficiência característica nem participam de nenhuma função biológica essencial.
Os efeitos de uma dieta rica em fitoestrógenos foram testados em mulheres no período de menopausa e foi obtido uma redução de 85% nos sintomas da menopausa medidos pelo índice de Kupperman. Não encontrei nenhum estudo específico para mulheres trans, porém recomendações por usuárias não faltaram e muitas relataram ter notado diferenças no corpo.
Claro que não podemos comparar os efeitos de uma dieta rica em alimentos fitoestrógenos com os efeitos esperados em uma terapia hormonal com remédios por que as concentrações são completamente diferentes, mas considerando que o mínimo de efeito se dá apenas com uma dieta natural eu achei uma opção válida para quem busca um aspecto mais feminino/andrógino!
Quanto aos alimentos, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores canadenses, os com a maior quantidade relativa de fitoestrógenos são as nozes e sementes oleaginosas (como linhaça, girassol, gergelim, abóbora, castanha do Pará, castanho de caju), seguidas por produtos de soja, cereais e pães, leguminosas, produtos cárneos e alguns alimentos processados. Segue algumas dicas de como consumi-los:
- Nozes, castanhas e algumas sementes como a de girassol e abóbora podem ser ingeridas in natura, de preferência sem sal e respeitando o limite diário de consumo (para nozes e castanhas no geral se limita a 4 unidades por dia, exceto a castanha do Pará que se limita a 2 unidades por dia);
- Linhaça deve ser previamente moída e pode ser misturada em cereais, iogurte, frutas e saladas;
- Soja pode ser encontrada em muitos alimentos, mas se repararmos bem na dieta dos orientais notaremos que eles costumam consumir alimentos fermentados à base de soja, como o missô, o tempeh, o natto e o shoyu. Isso por que no processo de fabricação desses alimentos as toxinas da soja são degradadas naturalmente. A segunda melhor opção de consumo é o tofu que, apesar de possuir parte dessas toxinas, é uma fonte proteica de boa digestibilidade e biodisponibilidade, fonte de ferro e de algumas vitaminas do complexo B;
- Espinafre é uma das poucas hortaliças que contém fitoestrógenos na sua composição química, além disso é rico em ferro, o que te ajudará a prevenir a anemia;
- Frutas de alto fitoestrógeno incluem: ameixas secas, pêssegos, framboesas e morangos;
- Legumes de alto fitoestrógeno incluem: brotos de alfafa, abóbora de inverno, feijão verde, couve, brócolis e repolho.
Antes de sair comendo quilos desses alimentos, vale lembrar que a moderação é a chave para maximizar os benefícios dos fitoestrógenos na saúde e minimizar seus efeitos adversos. Além disso, deve-se dar preferência aos alimentos reais na própria dieta ao invés do consumo de suplementos ou alimentos processados!