terça-feira, 30 de abril de 2019

Impressões de um crossdresser em balada hétero

Desde que comecei a sair do armário (ou desde que comecei a tirar as minhas roupas de dentro do armário, ainda não sei o certo) eu só fui em balada LGBT. Salvo um ou outro barzinho de Rock n Roll em que fui de homem, todos os meus rolês foram em espaços alternativos. Aproveito para fazer uma menção à minha primeira balada montada em 2016 que fiz esse post relatando a experiência e a festa de Halloween do mesmo ano que saí com a minha irmã.
Ariel, Samantha e Izabelly
Nesses passeios eu pude entender um pouco as minhas amigas mulheres que sempre falaram: "eu saio apenas para dançar". De fato usar uma roupa que te agrada, ir para um ambiente focado em música com gente descolada e deixar o corpo entrar em sintonia com a frequência da batida é uma experiência incrível! Tanto que eu nem lembro a última vez que fui numa balada de homem (ficou sem graça).

No entanto, na minha última viagem à São Paulo eu tive uma experiência um pouco diferente. Ao invés de ir em uma balada LGBT eu fui, acompanhada das amigas Izabelly Saints e Ariel Villela, em uma balada hétero chamada LimeLight. O espaço é incrível, conta com a iluminação mais sensacional que eu pude presenciar e a qualidade de som fantástica, porém é dedicado a um publico que já passou dos 40 anos e, no geral, é heterossexual. Eu também sou hétero, mas estava um pouco deslocada, né? Vou descrever nesse post como foi a experiência!
Meu look de balada
Antes de tudo a minha primeira questão foi: o que vestir? Querendo ou não, eu sabia que o público era muito mais conservador do que todos os outros locais que conheci, então eu pensei que não seria interessante ir espalhafatosa como uma Drag Queen ou sensualizando no estilo femme fatale. Optei então por uma blusinha cropped fechada com tule, uma saia estampada até o joelho da Lipsoul e meu salto anabela branco. Apesar da barriguinha de fora eu achei que o look ficou bastante recatado xD

Chegamos cedo no local para pegar a nossa mesa e logo nos encontramos com 3 mulheres cis que nos acompanharam nessa aventura. Elas são conhecidas da Iza e já estão acostumadas a ver crossdressers em cima do salto na balada! Acho que a experiência foi muito mais proveitosa ao lado delas pois, além da simpatia e beleza, estávamos acompanhadas de "pessoas normais" (ok, ninguém é normal, só que elas estavam mais inseridas no público alvo da balada) e eram ótimas parceiras de pista de dança!!
Parceiras de pista de dança!
Falando em pista de dança, não precisou de 5 minutos na pista para ter certeza que se tratava de uma balada hétero, sabe por quê? Acho que pelo menos 90% das pessoas dançando eram mulheres. Eventualmente aparecia um cara com uma garrafa de cerveja na mão se arriscando nos passinhos, porém quem realmente estava curtindo a música eram as mulheres. Duro que eu me senti a gigante no meio delas com meus 1,78m mais 17cm de salto (heauheauhe), quer dizer, acho que já estou acostumada com isso!

Quanto às encaradas também já estou acostumada. Perdi a conta de quantos homens me encararam dos pés à cabeça com cara de bosta, não sei o que fiz para gerar desconforto neles uma vez que saí para curtir a minha noite e não fiz questão de encarar ou dar mole para ninguém. Claro que não foi unânime, teve homem que respeitou, que pediu para tirar foto comigo e até vieram baixar em mim (hahaha, queria me esconder). As mulheres, por outro lado, até olhavam com surpresa, só que transpareciam muito mais curiosidade do que desconforto.
Gente bonita, simpática e curiosa ♥
Teve um momento que um rapaz homossexual nos puxou para a área de fumantes para conversar. Foi divertido, ele comentou que já tinha se montado de drag e adorou (inclusive supôs que éramos drags) e queria aproveitar o aniversário da mãe no local para sair do armário para ela. O melhor foi que ele acabou nos apresentando para esse grupo de mulheres da foto acima com quem tivemos uma conversa bem interessante.

Primeiro por que elas esperavam que a gente também fosse homossexuais por estar montadas, acho que fundiu um pouco a cabeça delas quando falei que eu fui casada com uma mulher e que tive atração sexual/afetiva apenas por mulheres. Aí o negócio ficou mais complicado quando falei que 90% do tempo eu estou de menino, sou engenheiro e que as pessoas nem esperam isso de mim, então tive que mostrar uma foto do celular para provar... mais surpresa/admiração!!

No fim foi muito divertido!! Vou continuar preferindo ir em baladas LGBT mas foi muito bom dividir a pista basicamente com mulheres e ainda poder conversar com gente de cabeça aberta. Não acho que seja o melhor lugar para paqueras, embora eu acho que dependendo da conversa até seria possível sair com um contato para outra oportunidade =D
18 Comentário(s)
Comentário(s)

18 comentários:

Edson disse...

A-M-E-I-I-I-I , ficaram todas lindas as fotos , adorei. Tenho vontade de sair montada como mulher , mas o receio é grande ... Se tivesse amigas pra me ajudarem e irmos juntas , quem sabe ? Parabéns !

Dani disse...

Menina, achei seu blog pro acaso. Sou crossdresser há pouco tempo e quero muito passar por alguma experiencia assim de ir num bar ou balada, toda montada, deixando meu lado feminino transparecer. Obrigado por compartilhar essa experiencia ♥

Anônimo disse...

Excelente blog voltado para as crossdresser.
Já fiz uma montagem feminina em local reservado, não sai montada. Sou bi, atração afetiva/sexual por mulher (só namoro mulher); atração sexual por homem (não namoro homem). Tenho preferência por mulher, mas de vez enquanto curto um homem. Detalhe, quando fico com homem eu não me monto; não curto, não me atrai. Gosto de ter o prazer de estar montada para ficar com mulher ou pelo prazer de se estar montada.
CD Hellen madura (45 anos) bi ativa solteira. Se alguma mulher ou crossdresser quiser contato é só deixar um recado aqui.

Aninha Cd disse...

Oi Hellen tudo bem? Quero conversar com voce, sou de SP capital e vc?
Meu e-mail aninhacdana@outlook.com

Anônimo disse...

Pra mim.ir numa balada dessa boa tarde

Anônimo disse...

Sou cdzinha ainda tenho um sonho de sair montada pois já mim sinto mulher

Anônimo disse...

Oi

Anônimo disse...

Essa casa fica aonde

Anônimo disse...

Gostaria de saber a onde é casa queria visitar

Anônimo disse...

Olá, a balada Limelight fica na Av. Dr. Cardoso de Melo, 1433 - Vila Olímpia, São Paulo - SP. Estive no local em 2019, dever ter mudado um pouco nesse período.

Anônimo disse...

Quero sair com uma

Adilson ( cdzinha AMANDA) disse...

Adorei o texto tbm sou uma cdzinha , mas munca sai montada , sou casado com uma mulher e ela sabe de meu lado feminino , um dia crio coragem e saio com ela montada de cdzinha ( AMANDA) sou de porto alegre rs, me monto.muito nas Goiás em que estou em casa ou na casa de algum amigo que sabe que sou uma crosders

Adilson ( cdzinha AMANDA) disse...

Adorei o texto e sua história, eu pr outro lado não tive a coragem de sair montada de ( AMANDA) , MEU NONE DE CDZINHA, por outro lado minha esposa sabe deste meu lado feminino

Anônimo disse...

sou cd ..na minha cidade:,já sai apenas para andar na rua montada..
fui na praia montada também..
morrendo de medo .
queria conversar conhecer outras CDS
para poder fazer alguma coisa juntas

Anônimo disse...

Gente vcs sabem qual melhor balada em São Paulo para ir como cdzinha ?

Crhis kaio disse...

Eu conheço, posso te levar e te produzir,, chama 11976309292, sou hétero macho ativo e adoro fazer uma iniciação entre 4 paredes!!

Anônimo disse...

Oi sou casado tenho vontade de iniciar como passivo

Anônimo disse...

Olá. Me revelei crossdresser para minha esposa há um mês. Tenho muito desejo sair montada em público. Gostaria da companhia de amigas CD's que posso fazer aqui