O texto a seguir trás algumas observações de uma mulher a respeito do relacionamento dela com um rapaz que pratica crossdressing (usa roupas femininas), e a maioria do que ela escreveu faz muito sentido para mim. Eu já trouxe aqui o texto de outra mulher que ficava meio insegura com a situação, mas nesse caso ela parece que soube tirar um bom proveito desse estilo de vida do companheiro dela.
Traduzido de Travmaga
Meu namorado é um crossdresser.
1. Travestir-se é divertido.
Quando meu namorado se transforma em uma mulher, ele se diverte. Geralmente quando ele está em uma festa ele sempre fica por cima e age de maneira ultrajante.
2. Alter egos existem.
Meu namorado é um daqueles caras sensíveis que sempre me pergunta se eu estou me sentindo confortável em uma festa e que fica de olho em mim o tempo todo. Ele começa a chorar aleatoriamente ao ver um cachorro de rua ou quando assistimos ao Master Chef Junior. Ele é muito sensível. Mas quando ele se transforma na Galaxia, ele se torna uma pessoa diferente. A Galaxia é vaidosa, egocêntrica e prospera como o centro das atenções.
3. Crossdressing é assustador para a parceira do crossdresser.
Eu não vou fingir que ver meu namorado se transformando em uma mulher e flertando com um homem na minha frente não me assustou. Meu principal medo era que meu namorado fosse na verdade um gay enrustido. Acontece que este é um equívoco muito comum sobre os crossdressers e tem a ver com a forma como o conceito de gênero foi ensinado a nós quando eramos crianças. Em um certo momento eu expressei algumas das minhas preocupações para meu namorado, e ele ficou perplexo com elas: “Eu gostaria de ser gay”, disse ele. "Teria sido uma ótima maneira de irritar meu pai."
4. Crossdressing também é assustador para o crossdresser.
Meu namorado também estava nervoso antes de se produzir na minha frente pela primeira vez. Eu poderia dizer que ele estava com medo que eu surtasse com ele. Só porque sou muito progressista e tenho a mente aberta quando falo sobre sexo e gênero não significa que vou saber lidar com esse lado dele tão bem. Em última análise, o crossdresser teme a mesma coisa que suas parceiras temem: que o travestismo dele irá destruir o relacionamento de alguma forma e, consequentemente, que eles não serão amados. É importante expressar suas preocupações neste momento. A comunicação destrói imediatamente o poder dessa ansiedade.
5. Travestir-se é como uma performance.
Não sei se é politicamente correto dizer isso, mas uma das coisas que entendi do hábito do meu namorado de se travestir é que ele faz isso por ele quase tanto quanto pela "audiência". O que quero dizer é que ele gosta de ser muito dramático em todo o processo: ele anuncia que vai se montar, depois se arruma, se maquia e só então faz uma entrada memorável. As pessoas não estão acostumadas a ver um homem vestido de mulher, então têm a tendência de encarar fixamente, e isso faz parte da experiência.
6. Gênero é como uma performance.
Ver meu namorado se travestir e representar a feminilidade realmente me fez entender que gênero é uma performance. As mulheres desempenham a feminilidade porque são instruídas e os homens executam a masculinidade porque são instruídos. É realmente muito estranho pensar que os crossdressers são vistos como pessoas excêntricas, quando na verdade as pessoas mais excêntricas são aquelas que fingem que a forma de seus genitais determina seu gosto por filmes, suas habilidades cognitivas, suas escolhas de carreira e assim por diante.
7. Crossdressers são super sexy.
Esta parte eu não posso explicar para você, principalmente porque sexo e excitação não são coisas racionais que podem ser separadas e analisadas, mas eu direi isso a você: calcinhas são tão sexy em um homem quanto em uma mulher.
8. Crossdressers são super vulneráveis.
Quando saímos do apartamento do meu amigo e passamos pelo porteiro de 70 anos do prédio às 4 horas da manhã em uma noite em particular, enquanto meu namorado estava vestido de mulher, eu me senti extremamente inquieta. Fiquei muito preocupada que algum "macho alfa" aparecesse e nos agredisse e tentasse prejudicar fisicamente meu parceiro. Foi muito estranho para mim, porque estando em um relacionamento heterossexual, geralmente eu sou considerada o elo frágil que precisa de proteção. Foi também o momento em que entendi que a misoginia não é apenas odiar as mulheres, é também odiar a feminilidade.
9. Fazer sexo com um crossdresser é muito legal.
Não vou mentir: fazer sexo com a Galaxia é incrível. Ela é muito mais apaixonada na cama, algo que ainda não experimentei com meu namorado. Eu não quero dizer que meu namorado é ruim de cama: ele é um amante muito generoso, que sempre garante que eu tenha pelo menos dois ou três orgasmos antes mesmo de tentar "finalizar". Depois do sexo, ele sempre vem ao banheiro comigo para se limpar e sempre me pergunta se eu gostei e quantas vezes eu gozei. Ele é extremamente respeitoso e fica difícil para ele entender algumas coisas que eu gosto na cama como dizer palavrões ou algumas coisas de BDSM leves que eu gosto. Mas a Galaxia é muito mais parecida comigo, ela é muito apaixonada e vai arrancando as minhas roupas e, no geral, ela está com pressa: ela vai direto para o orgasmo assim como eu vou para o meu.
10. Apoiar o hábito de se travestir do meu namorado nos tornou mais próximos.
No final das contas, aceitar que meu namorado é um crossdresser realmente tornou nosso vínculo muito mais forte. Como membro da “audiência”, fui recebida em um grupo muito seleto de pessoas que conheceram a Galaxia, o que significa que, como amigos, desenvolvemos um vínculo mais estreito de confiança e aceitação. O fato de eu ter feito sexo com a Galaxia apenas constrói mais da mesma confiança mútua. Assim, aprofundamos nosso vínculo sexual e nossa amizade na mesma noite.
As fotos desse post são da Linda Zoe e sua companheira |