Traduzido de Kathi Rei
Você já se pegou pensando nas reviravoltas da sua própria feminilidade?
Eu certamente já. É uma jornada cheia de incerteza, curiosidade e vislumbres ocasionais de autodescoberta. Ao contrário daqueles que têm um caminho claramente definido para a transição, a minha exploração é mais fluida e menos limitada por expectativas rígidas.
Sou apenas um homem explorando o vasto reino da feminilidade, tentando decifrar onde esse caminho pode me levar. Uma coisa é certa: não é uma jornada rumo à transição para uma mulher. Esse destino pode ser claro para alguns, mas para mim trata-se de abraçar a fluidez da expressão de gênero sem me conformar com as normas sociais.
Nesta exploração, percebi que minha jornada também não me levará de volta a uma mentalidade reprimida e estereotipadamente masculina. Trata-se de me libertar das restrições dos papéis de gênero predefinidos (a verdadeira ideologia de gênero) e aceitar o espectro de possibilidades que existe entre os extremos do binário.
Meu caminho pode não ter a definição de uma transição mapeada, mas ainda é um caminho que vale a pena explorar. É uma jornada de auto aceitação, autenticidade e quebra de barreiras que nos limitam a estreitas expectativas de gênero. A medida que me aventuro nos territórios desconhecidos da minha própria feminilidade, estou aprendendo a apreciar a beleza de aceitar o indefinido.
Existe uma certa liberdade em não se conformar com as expectativas da sociedade, uma libertação em se permitir explorar as nuances da expressão de gênero sem a pressão de resultados predefinidos e esperados. Trata-se de encontrar conforto na ambiguidade do caminho, celebrar a singularidade da jornada e abraçar a natureza em constante mudança da autodescoberta.
A todas aquelas que, como eu, estão percorrendo um caminho menos comprometido com a feminilidade, lembrem-se que a jornada em si já é um destino. Cada passo em frente, por mais incerto que seja, é uma vitória. É uma declaração de autenticidade e uma celebração da diversidade que existe dentro de cada um de nós.
Sou apenas um homem abraçando a beleza da ambiguidade de gênero, encontrando minha direção em um caminho feminino que é exclusivamente meu. E talvez, nesta jornada, descubra que o destino não é tão importante quanto as lições aprendidas ao longo do caminho.