Traduzido de Kaylin Hamilton, Ph.D
Aqui vamos desmascarar três equívocos comuns sobre a construção social, principalmente relacionada a gênero
Ultimamente temos visto um ressurgimento de visões biologicamente essencialistas – a ideia de que os humanos são redutíveis e determinados em grande parte por nossa biologia. Para aqueles com visões retrógradas sobre sexo e gênero, isso significa que muitos comportamentos e traços são determinados essencialmente pelo nosso sexo biológico e não, até certo ponto, por condicionamento social.
O essencialismo é a ideia de que todos os objetos, categorias, grupos, etc. têm uma realidade subjacente ou uma “verdadeira natureza”. O essencialismo de gênero é a ideia de que uma pessoa, homem ou mulher, possui traços inerentemente masculinos ou femininos que são fixos e imutáveis. O essencialismo é uma forma de reducionismo, também conhecido como reducionismo biológico, que postula que os humanos têm um grau limitado de ações em termos de serem determinados por sua biologia.
O oposto do essencialismo é o construcionismo social, uma perspectiva que:
“…afirma que os indivíduos e suas diferenças são criadas ou construídas por meio de processos sociais (por exemplo: políticos, religiosos e econômicos) em vez de uma qualidade inata dentro do indivíduo. Além disso, a categorização de indivíduos em grupos explica mais sobre como a sociedade funciona do que sobre os próprios indivíduos.”
(Open Education Sociology Dictionary - Dicionário Aberto de Sociologia da Educação)
Feministas e sociólogos têm trabalhado há muito tempo para entender como as visões sobre comportamentos supostamente inatos de gênero são o resultado da construção social – um conceito que é central para o pensamento sociológico, mas comumente mal compreendido na cultura popular. Mais recentemente, tornou-se comum que os essencialistas de gênero/sexo (autodescritos como “críticos de gênero”) deturpem a ideia de construcionismo social como uma forma de desacreditar as pessoas trans e argumentar contra nossa existência.