Bom, não posso afirmar que sou especialista em BDSM, no entanto já tive alguma experiência prática e garanto que li muito sobre o tema. Sempre que eu busco informações a respeito de crossdressing e suas origens eu acabo passando por grupos relacionados às práticas de BDSM, inclusive já citei alguma coisa por aqui quando falei sobre o fetiche de bondage, o fetiche de feminização e gaiola peniana, fora as HQs Boneca da Raan e Inversão de Papéis que fazem diversas referências ao assunto. Mas o que significa essa sigla e por que as pessoas logo pensam em coisas como roupas de couro e chicotes?
O BDSM se trata de um termo guarda-chuva que agrupa atividades fetichistas e práticas estimulantes (nem sempre sexuais). A sigla vem de Bondage/Disciplina (práticas de restrição física, treinamento, punição, etc), Dominação/Submissão (práticas de obediência, troca de poder, veneração, etc) e Sadismo/Masoquismo (atividades com dor, degradação, medo, etc). Ao longo do tempo o BDSM foi agregando outros desviantes similares, então além dos seis grupos citados na sigla ainda tem outras várias atividades relacionadas ao termo (voyeurismo, não monogamia, práticas primitivas, etc). É importante ressaltar que se trata de uma atividade consensual que respeita os direitos fundamentais de cada ser humano envolvido, isso afasta o termo de qualquer tipo de abuso sexual ou doméstico.
Eu estava preparando outro artigo a respeito do tema mas percebi que seria necessário introduzir diversos assuntos antes então preferi trazer primeiro esse guia básico sobre BDSM que encontrei no site do BuzzFeed americano.
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Dominadora profissional |
Traduzido de BuzzFeed
Esqueça o que você viu em Cinquenta Tons de Cinza. Aqui está a sua verdadeira
cartilha de iniciação ao BDSM.
1. Começando do básico: a origem do termo BDSM:
BDSM inclui bondage e disciplina (B&D), dominação e
submissão (D&S) e sadismo e masoquismo (S&M). Os termos são agrupados
dessa forma porque BDSM pode ser diversas coisas diferentes para pessoas
diferentes com preferências diferentes, disse a escritora e educadora de BDSM
Clarisse Thorn (autora de "The S&M Feminist"), ao BuzzFeed Life. Na maioria
das vezes, os interesses de uma pessoa se enquadram em uma ou duas dessas
categorias, ao invés de todas elas de uma vez.
2. Nem sempre envolve sexo, mas pode.
A maioria das pessoas pensa que o BDSM está ligado diretamente ao
sexo. Embora possa ser verdade para algumas pessoas, outras afastam essa hipótese completamente. “Ambas são experiências corporais muito intensas e sensuais e
causam sentimentos muito fortes nas pessoas que as praticam, mas não são
a mesma coisa”, diz Thorn. Ela usa uma metáfora para isso: uma massagem. Às
vezes, uma massagem, por mais sensual que seja, é apenas uma massagem. Para
outros, uma massagem quase sempre leva ao sexo. É algo parecido com o BDSM; é uma
questão de preferência pessoal e sexual dos praticantes.
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Bondage – restrição de movimentos |
3. Não há nada de errado com as
pessoas que praticam e o consentimento é regra.
Este é um dos equívocos mais comuns e frustrantes sobre o
BDSM, diz Thorn. BDSM não é algo que surge de abuso ou de violência doméstica, e
se envolver nele não significa que você gosta de abusar ou de ser abusado.
Em vez disso, desfrutar do BDSM é apenas uma faceta da
sexualidade e do estilo de vida das pessoas. “São apenas pessoas comuns que se desfrutam desse jeito”, disse a especialista em sexo Gloria Brame (autora de
Different Loving) ao BuzzFeed Life. "São seus vizinhos, seus professores e
as pessoas que empacotam suas compras. O maior mito é que você precisa desse
conjunto circunstâncias pesadas, quando na verdade são apenas pessoas comuns que precisam dessa atividade para a sua dinâmica íntima."
4. Saiba que você sempre pode dizer não.
“Muitas pessoas no início pensam que é 'tudo ou nada',
especialmente se você só esteve com um parceiro”, diz Thorn. Por exemplo, você
pode pensar que por gostar de ser submisso em certas circunstâncias isso
significa que você deve sempre concordar com qualquer comportamento submisso ou
masoquista dos quais você não necessariamente gosta.
Mas isso está absolutamente errado. Você pode e deve escolher quais atividades relacionadas ao BDSM que você está ou não interessado, diz Thorn. E
isso pode variar dependendo da situação, do parceiro ou até do seu dia. Lembre-se
de que o consentimento é um requisito básico do BDSM, e é possível consentir com algo enquanto ainda se opõe a outro.
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Dominação, restrição e Whipping (chicotadas) |